Minhas neblinas e tempestades em tufão/ Aqui/ cai granizo/ cai sereno/ molha a (se) mente/ nasce a brisa/ ora faz sol/ ora chuva torrente/ impalpável nuv-em-oção.

sábado, 7 de dezembro de 2013

O churrasqueiro nem sempre aproveita o churrasco

Asso 
     meu cansaço

num 
espeto     de 

aço

               parto
passo 
         a quem

quiser                    comê-lo
                        com
                            farinha e

                           farra

     até se       fartar 
            ou  in-



dia e noite



quinta-feira, 28 de novembro de 2013

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Quanto dura?

quero minha vida um tanto rispida
pois cotidiano confortável demais
nos faz esquecer de corrermos atrás


quinta-feira, 31 de outubro de 2013

sábado, 26 de outubro de 2013

Liobov

Cansei de ser o pseudo feliz
Tudo o que me faltava
Repousava debaixo do meu nariz

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

E se chover demais?


Súbito


vento vira brisa
fogo ardente vira cinza fria

olho no canto fica desatento e indiferente

e vai ao centro pra repousar

grito vira ruido
ébrio torna-se sóbrio

por opção
por mais oposta que pareça agora

seja por truque
ou
por mero desaviso



Agora o poeta     troca o livro
                           da cabeceira
ainda quase intacto
mas intensamente                     folheado


por

nova capa
papel
gênero


e           para sentir as             novas letras imersas
    entre a combinação de
                              dois          papeis grossos
           que nao se assemelham
    ao miolo     do completo        começo-meio-fim

veste óculos                     recém chegados
usa luvas de pele        de coelho
bebe vinho
ao invés de vodka
e fuma a tragos              preguiçosos
um cigarro de palha

As vezes se inquieta
por indagar que            já conhece esse roteiro

mas tem a tranquilidade
sutil
e
inutil
de saber    
                       que nao





Quer se renovar,
se
mear


se refolhar
                         com       novas      pétalas
e entender                       novos espinhos




Quer que
seja

assim como deve ser



e não como                    deveria



entao

Que se-













quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Per-da-diva



 
  Num dia desses eu estava no metrô em pleno formigamento humano de horário de pico. No empurra-empurra clássico para tentar conquistar o espaço, ou melhor, um par de pedaço de chão qualquer que caibam nossos pés e possamos nos apoiar, o trem brecou e pisei discretamente na ponta do pé de um cara que estava na minha frente. Ele, na mesma hora, soltou um palavrão, fez um tique com a boca e ficou me encarando. Minha primeira vontade foi ficar encarando aquela cara de poucos amigos e muita barba, para ele pensar que eu não sou nenhum idiota.
    Um instinto de milésimos de segundo me fez voltar atrás.
    Pensei que não era capaz de dar uma lição no valentão, não digo por falta de força física ou altura ou por não ter cicatrizes no rosto como ele. Eu não seria capaz de mudar sua cabeça com um apavoro ou um punhado de socos. Se tentasse usar palavras, então, gastaria saliva, pois ele já tinha passado da idade infante em que a mamãe ensinava o que era certo e o que era mau. Ele já era um homem crescido.
    E ele continuava me encarando,
talvez porque seu sapato fosse o mais novo presente que mamãe deu e já não queria que ninguém encostasse as mãos encardidas, muito menos os pés sujos.
    Quem anda no metro, antes de mais nada, deve ter a consciência de que não está num voo de primeira classe. Pessoas vão te espremer, especialmente aquelas mais afoitas que vem de estações de integração trem-metro. Sua mochila vai enroscar em alguém e bolsas e sacolas vão atrapalhar sua mobilidade, enroscando em você também. Nem sempre você alcançará a barra de ferro pra se segurar. Pessoas entram e saem com perfumes e suores dos mais diversos tipos. Você é quase obrigado a ouvir fofocas sobre trabalhos alheios, brigas de casais e muitas outras coisas que nada adicionariam na sua vida. Cabelos e bonés poderão roçar na sua cara. Você poderá ser pisado, inclusive por salto alto. Nem vou comentar sobre as notáveis flatulências. Se quiser evitar tudo isso saia de carro ou, mais ecologicamente correto e menos seguramente correto, vá ao serviço de bike.
     Então, se ele não aceitava essas possibilidades e mesmo assim estava fazendo uso do trem, porque deveria eu perder meu tempo com uma pessoa, que não aceita as condições do ambiente em que se encontra e pensa que tudo e todos ao seu redor devem ser guiados pelas vontades do seu proprio ego? Pra piorar, ele tentou usar uma estrategia baixa, o intimidar, aquele braço inicial da violência, acreditando que isso realmente reverteria alguma coisa.
     Ele desceu,
com uma expressão de vitória e mesmo depois da porta fechar ainda ficou me encarando, como quem diz: "Qual é? Não foi capaz de me superar?". Realmente, felizmente não fui capaz de o superar, nem em altura,  nem em força, mas acima de tudo, nem em ignorância. Vi que o problema não estava no motorista que brecou, nem na sola suja do meu pé. Estava completamente dentro dele, esse amargor, essa raiva que o corroía e suas atitudes brutas nasciam da tentativa de tapar o vazio daquela cabeça dura.
    Não era eu que iria mudar aquilo, um dia ele encontraria alguém mais raivoso e foglado que ele e. Por que, então, me deixaria também ser tomado pela mesma raiva, pelo amargo interno, pelo mesmo vazio, comprando brigas sem objetivo e me arriscando por nada?
Eu sorri por dentro
Realmente tinha perdido o duelo
mas foi perdendo que ganhei algo muito mais importante:

paz.
 

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Dívida

Dedico àquela que esta por aí 
e num dia qualquer cruzará meu caminho.
 Só não me encontre
 por enquanto.
 Talvez não há espaço.

Prometo:

te amar até
                    o
                                                   ultimo


           

instante

                 mesmo
quando

o fim

fatídico

                          do                                     amor



chegar

juro           não puxar

ao menos

               sua parte
                               do
                                                cobertor

nas

noites frias

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Sobr-ar





Sobre todo esse cansaço
jogo meus ombros

Sobre toda essa ansiedade
jogo minhas unhas roídas

Sobre cada tiquetaque
jogo os ponteiros que me guiam

Sobre todo meu ego (ismo)
jogo minha indiferença

Sobretudo
 
mesmo
que
sobre tudo


Sobre o chão
finalmente

jogo me todo

a flutuar.

sábado, 10 de agosto de 2013

Movida





Afinal

que                                    vida
não é                  mo(vida)
a           no(vida)des



?



E  tem gente que ainda
           du(vida).

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Lixo


"Haja luz"
e o mundo surgiu

"Haja luxo"
e a humanidade começava a se perder

No fim
restou apenas
         "lixo"

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Recomenda-se consumo imediato





Quando elas passarem
                    por você
pegue-as
                    sem medo

Pode ser sua u/lt/nic/a chance

de se apoderar
e fazer maravilhas em seguida.

Nem que seja a força
                       lute,

de frente
se esgane
dê voltas
engane
puxe-a
de volta
                para sua fronte

cedendo
ou não

Mas
saiba que
                                 você não
a verá
amanhã cedo

Então
caro amigo,
não                          desperdice
afinal,

idéias

não nascem em arvores
naquele vaso de barro
do seu quintal.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Em cantos quaisquer

De tanto
tocar nos cantos
patéticos
da sala não quadrada

me enquadrei 
naquele patamar
em que tantos
se perdem com cantos

ao procurar perdidos
encantos

patognomônicos

Talvez um dia


Talvez um dia
eu pegue o leite 
na porta

talvez o leite
um dia
me pague a porta

à mesma aurora

ora

talvez um dia
                   a porta 
me dê-leite
com o passar
para voce,
tua sala
-fra
impossivel ao ver 
dos descrentes


domingo, 21 de julho de 2013

Cérdtse




Tenho sim,
mas só o abro
quando estou muito afim.








Cerne(latim)= núcleo, essência, centro.
сердце = cerdtse (russo) = coração.


inegável relação.

domingo, 14 de julho de 2013

Não tão longo quanto


                                                                                                                            à minha amiga-prima Ana



Dentro de cada um,

 silencio

um ruido calado,
por palavras que não saem
por sensações que não se sentem
por uma empatia absurdamente inatingível.

Distante

mas visivel, nitidamente.

Sofremos por nós mesmos diariamente
pelo pão, pela luta,
pelo eu não eu....

Mas apenas nós temos
nosso proprio espelho da alma,
nosso mapa e linhas

(na)
 da   palma da mão.

Temos o nosso conhecer.
Nos próprio saber de limites e capacidades.
Nossa própria mochila de experiencias

Sabemos quanta onda
é preciso
pra quebrar nossas rochas.

Mas,
quando algo tão grande
e maiormente triste
acontece com
     o outro,
 o que dizer?

Outra mochila
outras pedras
outro litoral

O que dizer pra aquele amigo do peito
que hoje encara talvez sua mais dura elegia?

Se já não bastasse a água
dos olhos derramada
sobre os que guardam feridas
mas se recuperam

outra colossal porção se derrama sobre o poço

e é tudo

silencio.

Oferecer mão para guiar
abraço pra confortar
ombro-apoio
costas, se for preciso carregar

e um peito-porta-malas
bem aberto, sempre
apto a carregar toda sua bagagem
ou despachar

prontamente


toda tralha que ela
precise por pra fora
de seu teto

é o que podemos fazer.

Meros seres humanos
mortais
e limitados que somos

Dizem que fomos criados á semelhança de Deus

Agora quanta semelhança?

quais características?

É exatamente nessas horas de tristeza
 impalavreavel
que falta aquilo que não
foi concedido à nós na criação.
Ou que talvez
a serpente nos tenha roubado:

A pitada de onipotência

pra de uma vez só,
como no simples clicar de um botão
roubar toda a turbulencia e agonia
que está lá dentro
pulsando
espetando
cortando
atordoando
e esvaziando.

Como pode ver,
minha amiga,
me faltou também
uma xícara de pó de
"Conseguir Escrever Exato o Que Sentes"
Mas o fermento 
já faz efeito
tudo dentro de mim cresce
e mais
cresce.
Quando a bolinha dentro
do copo de agua subir,
talvez eu consiga o impossível.


Junto à estes versos
me ofereço de alma exposta
ao que precisar
e ao que não precisar, 
mas lhe for útil

Porém, em maior dose

ofereço o eco
da minhas palavras-sentimento
as quais não tenho
cordas vocais
pra por pra fora.

e a quietude dos meu gestos
que a imperfeição humana
me impede de derramá-los sobre seu coração
e seu travesseiro.

Nesse momento
em que teus ouvidos pouco ouvem
teus olhos pouco entendem tudo ao redor

continue quieta, não gaste suas forças agora

Se quiser
use desde agora um pouco
do meu silencio terno


é da maior pureza
de todo meu eu.


sábado, 8 de junho de 2013

Pulseira

Conta quantas
           contas       há
e no
final   das             contas

me conta

          quem

         deles    continuou    em pé

         no fim                deste conto

domingo, 12 de maio de 2013

É o que me faz


Se não
              houvesse
                        luz


no céu
no teto
no poste
na mente
no ventre

no fim

                  do túnel

quem seria eu?


domingo, 24 de fevereiro de 2013

E apareça!

A gente cresce
e sempre           tem algo que
dá lugar
ao novo
que                       aparece

Até parece
que                     quando a gente cresce
expandimos            os nossos espaços

               mas entendemos que

tudo fica cada vez menor e mais compulsoriamente                              
aprt
ado

domingo, 27 de janeiro de 2013

Ardente-ausente "beijo" de adeus.

In memorian aos que se foram
 na tragédia de Santa Maria (RS),
 de 27/01/2013



A indolente chama verde
          faiscada pela imperícia com a imundice do dinheiro

ardeu
                                                 para queimar e apagar
muitas chamas

Chamas senis
                 também                           grandemente
                                verdes

que
 apenas                  se regavam         a noite

para solidificar um amanhã suculento


A-manhã, que nem sequer chegou em sua forma reduzida
( )manhã
do dia que já ha           via sido engatilhado
a-(i)nteriormente


A-gora tudo é nada vermelho

mais precisamente


preto    não                          pelo
súbito                                    amadurecimento

mas pela precoce queda.


Se existe algo                                 além das nossas retinas
que por algum      motivo
desenhou os traços desta
                                       tragédia

agora se mostre piedoso,
ao menos
                                           com as goteiras infindáveis

que caem desnorteadas
 dentro do vazio covil
                                       de quem ficou.




sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

La-sós

Antes caminhava só. 

Agora caminha rodeado de passos e pegadas que não passam de marcas no solo, no barro, na neve, no cimento seco,  mas é um bom começo.
Depois aparecerão os sapatos, as meias, as calças cintos e saias. Seguidos virão a comida, o ar, o crânio, os cabelos com o vento que os acaricia.

Naqueles  buracos pares que anunciam vaga exorbitantemente,
 cabeça e peito    , deverão ser postos um pouco dele,
na dose em que não o falte

Se possui bastante, sorte pois fartura é sempre útil


Se pouco




mesmo assim o coloque
 pois este é o sacrificio primo
quando nos desdobrarmos
para nos

de-s
c      -     o    
lar

m

os

e lar-garmos nosso

la                                                                                       -r 

çó

domingo, 13 de janeiro de 2013

здесь хлеба

                                        Aqui


H-á                                                          Pão


                               Um


Tem-                                                        pão

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Durcília






Me pediu dinheiro um dia, mas eu queria mesmo era ter esse poema impresso dentro da carteira.

Gostando ou não, isto nasceu de dentro dela, minhas mãos deram apenas o sutil tapa pra fazê-lo chorar.

Se chamava Durcília,

                                                                                                                           nunca                       mais
                                                                                                                                      a
 vi.