Minhas neblinas e tempestades em tufão/ Aqui/ cai granizo/ cai sereno/ molha a (se) mente/ nasce a brisa/ ora faz sol/ ora chuva torrente/ impalpável nuv-em-oção.

domingo, 14 de julho de 2013

Não tão longo quanto


                                                                                                                            à minha amiga-prima Ana



Dentro de cada um,

 silencio

um ruido calado,
por palavras que não saem
por sensações que não se sentem
por uma empatia absurdamente inatingível.

Distante

mas visivel, nitidamente.

Sofremos por nós mesmos diariamente
pelo pão, pela luta,
pelo eu não eu....

Mas apenas nós temos
nosso proprio espelho da alma,
nosso mapa e linhas

(na)
 da   palma da mão.

Temos o nosso conhecer.
Nos próprio saber de limites e capacidades.
Nossa própria mochila de experiencias

Sabemos quanta onda
é preciso
pra quebrar nossas rochas.

Mas,
quando algo tão grande
e maiormente triste
acontece com
     o outro,
 o que dizer?

Outra mochila
outras pedras
outro litoral

O que dizer pra aquele amigo do peito
que hoje encara talvez sua mais dura elegia?

Se já não bastasse a água
dos olhos derramada
sobre os que guardam feridas
mas se recuperam

outra colossal porção se derrama sobre o poço

e é tudo

silencio.

Oferecer mão para guiar
abraço pra confortar
ombro-apoio
costas, se for preciso carregar

e um peito-porta-malas
bem aberto, sempre
apto a carregar toda sua bagagem
ou despachar

prontamente


toda tralha que ela
precise por pra fora
de seu teto

é o que podemos fazer.

Meros seres humanos
mortais
e limitados que somos

Dizem que fomos criados á semelhança de Deus

Agora quanta semelhança?

quais características?

É exatamente nessas horas de tristeza
 impalavreavel
que falta aquilo que não
foi concedido à nós na criação.
Ou que talvez
a serpente nos tenha roubado:

A pitada de onipotência

pra de uma vez só,
como no simples clicar de um botão
roubar toda a turbulencia e agonia
que está lá dentro
pulsando
espetando
cortando
atordoando
e esvaziando.

Como pode ver,
minha amiga,
me faltou também
uma xícara de pó de
"Conseguir Escrever Exato o Que Sentes"
Mas o fermento 
já faz efeito
tudo dentro de mim cresce
e mais
cresce.
Quando a bolinha dentro
do copo de agua subir,
talvez eu consiga o impossível.


Junto à estes versos
me ofereço de alma exposta
ao que precisar
e ao que não precisar, 
mas lhe for útil

Porém, em maior dose

ofereço o eco
da minhas palavras-sentimento
as quais não tenho
cordas vocais
pra por pra fora.

e a quietude dos meu gestos
que a imperfeição humana
me impede de derramá-los sobre seu coração
e seu travesseiro.

Nesse momento
em que teus ouvidos pouco ouvem
teus olhos pouco entendem tudo ao redor

continue quieta, não gaste suas forças agora

Se quiser
use desde agora um pouco
do meu silencio terno


é da maior pureza
de todo meu eu.


Um comentário:

  1. Finalmente consegui ler. E me pergunto, pq nao li antes? Acho que porque tudo tem o seu tempo, e as coisas acontecem na hora certa, e talvez antes, em meio ao caos, as palavras nao conseguiriam fazer o efeito que fazem agora. Muito obrigada pelo carinho, amigo- primo! Vc é um verdadeiro poeta, pois consegue tocar o coração! Muito lindo, obrigada mesmo por ter se importado e expressado isso tao lindamente! Ps: desculpa, mas não da pra não se emocionar! Hahaha mas é uma emoção boa, juro! Hahaha beijao

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