Minhas neblinas e tempestades em tufão/ Aqui/ cai granizo/ cai sereno/ molha a (se) mente/ nasce a brisa/ ora faz sol/ ora chuva torrente/ impalpável nuv-em-oção.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Oração Ardente do Sertanista.



Atroz é o sol gerimum
que seca o solo
em meio a solidão das terras deste sertão.
Ó Deus solícito,
venha nossas vidas solucionar
para que das garras deste destino insolente,
que nos solapa a cada dia,
possamos nos soltar.



*Gerimum: abóbora, moranga.; de acordo com costumes do nordeste
Minha primeira experiência com cores aqui postada.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

omnianihil

Ao observarmos
                                          tudo
                                           do
                                          nada

Compreendemos
                                                                               nada
                                                                                               do
                                                                               tudo


Do latim :
omni = tudo
anihil = nada

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Estouro


                                                          In Memorian a um amigo desconhecido Bahia, 04-09-2011

Bastam um
                ou dois compassos vitais
para o vazio 
     e o silêncio reinarem.

Se vão gestos
           olhares
           lágrimas       e 
           sorrisos                                      que
                                                                                       antes   
contagiavam
contavam e
cativavam tudo

Foi como 
        um balao de ar
              que                     súbito
            explodiu.

Numa ação irremediável
restou                                      apenas
                                                   a borracha esgarçada
com uma cor                                                   murcha
incapaz de distrair crianças
ou decorar a festa dos dias

Não há pistas 
para                                                                                               onde foi
o
ar

que o 
         preenchia
      e formava

dava toda sua plenitude



Incontinenti,
a       vida se
    ex     vai

                                                                                            Um Triste sentimento
                                                                              só

                                                                                     fica.

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Problema e divisão

   Lino não enxergava muito bem. Desde criança era incapaz de observar detalhes miúdos, especialmente à distancia maior que dois braços. Na escola nunca copiou uma palavra do quadro negro e estava na primeira fileira apenas por recomendação da mãe. Segundo ela, apenas lá ficam os melhores alunos; o fundão é coisa de delinquente. Tudo que ouvia passava para o caderno à tinta, cujo cheiro era sentido com perfeição a todo instante. Já havia até se acostumado com as dores que a postura arqueada causava e quanto mais suportava, mais sua concentração seguia a todo vapor. Seu passatempo predileto era ficar observando seu umbigo. Chegava a passar horas sentado olhando para aquele vestígio físico do laço que tinha com sua mãe, numa hipnose inclassificável.
   Assim cresceu preservando sua miopia, junto com seu jeito humilde, gentil, sempre disposto a qualquer favor que lhe pedissem, seja ele bom ou ruim. Mas sua dificuldade de compreender os acontecimentos mais longínquos o limitava diante das pessoas e sua credibilidade se esfarelava. Sua esposa sempre passava a tarde fora de casa. Quando ele chegava mais cedo do serviço e não a encontrava, ligava para ela e ouvia as mais esparvalhadas desculpas. Por mais incondicional que seu amor fosse, nunca se enfureceu. Certamente, falta de amor é que não era.
   Exatamente num desses dias, que certamente usaria seu telefone pra resolver problema algum, passava pela rua mais cedo que de costume e ouviu uma voz familiar sair de uma janela qualquer. Correu e viu, logo abaixo, o rosto de sua mulher ao lado de um homem também qualquer, envoltos num lençol familiar. Já havia sentido falta desse pedação de pano na sua casa há tempos. Dissera a si próprio, inúmeras vezes, que acharia esse presente de casamento dado pela sua falecida mãe, mas dois dias depois o plano esmorecia e sumia como pedra lançada na água escura do poço. O que importava agora não era mais o lençol, mas por que Lino não pudera prever tudo isso.????.Ele era incapaz de fazer planos a longa data, e muito mais inútil com previsões. Não andava de bicicleta nem carro pois nunca via a batida antes dela ocorrer. Sempre ouvia o barulho e por fim sofria o choque.
   Lá estava a moça que prometeu amá-lo toda a vida, o cara qualquer e ele, o bufa-lino, um panaca que observava estaticamente os dois. Lá seu amor se quebrou inteiro. Lá, súbito, começou a remoer toda os atos da sua vida, toda sua boa índole, sua amabilidade e favores que prestou aos outros. Lá, algo mudou.
Foi nessa mesma hora que o bufa-lino, o panaca, virou uma fera: pulou a janela, mordeu o pescoço do auxiliar de traição e derramou sangue pra todos os lados. Suas garras afiadas deixaram cicatrizes incuráveis no rosto da safada. Depois de despular a janela, nunca mais foi visto na cidade.
   Alguns meses depois desse trágico e necessário episódio, soam rumores que um homem, fisicamente idêntico ao assassino, anda perambulando na cidade ao lado. Especula-se que é ele, sim, é ele. Agora, finalmente, usa óculos, mas óculos de sol, capaz de amedrontar e esconder suas intenções de todos. Sobrepoem seus olhos azuis, nunca vistos antes já que suas pálpebras estavam sempre relaxadas pra facilitar a visão. Sabe-se que há pouco fez uma cirurgia no olho é é capaz de enxergar literalmente tudo. Se identifica sem receio, como antes tinha, por seu nome completo: Cristalino.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Importante

Parou em certo ponto
da vida

quis por um
     ponto,
                                                  um final

                               .

mas antes
da caneta tocar e exalar seu fluido,

descobriu que
de ponto
       em
     ponto

se pontua.

Aos poucos nossa
    pontuação
     cresce
e nos torna 
      mais
    prontos      para
o  pranto
        e
as pontes
                                 que a vida 
nos impõe,
    pontualmente

ou
                                      não

Nem sempre
alguém os 
    aponta e

Sem nossos 
    pontos,
importantes
ficamos impotentes,
infinitamente menos
imponentes



para vivermos 
                                                                                       bem.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mayá

Quando você era criança
podia correr desenfreado pelo parquinho.

                                                                           Pelo parquinho

Aos poucos foi aprendendo a andar na rua
mas só se segurarasse
a mão de alguém.

                                                                           Segurando a mão de alguém
Você finalmente cresceu
mas chegar tarde em casa
apenas quando voltava das festas de família

                                                                           Com a família

Quer dirigir
mas fazê-lo sem carta
é falta de responsabilidade

                                                                           Responsabilidade



Hoje você dirige
rumo à sua propria casa
tarde da noite.

matuta e vê
que                       se fugisse do parquinho
        se perderia
que                    se tropessasse na rua
        choraria
que                       se madrugasse fora de casa
        lá apanharia
que                             se dirigisse com treze anos
        na certa bateria
que                           se sequer sonhasse com as conquistas de hoje
        se empolgaria

que asa fraca e pequena
                                                                             não levanta vôo.

Deita só
e quer logo companhia
para dormir debaixo da mesma colcha
e levar certos troféus
que o menino crescido
conseguiu um dia

Acredita
que felicidade absoluta
e liberdade plena
subiram ao altar
sob comunhão total
de bens
                                                    Durma e sonhe um pesadelo-verdade
                                                    no qual você acredite que a vida é toda
                                                                                                                    ilusão.

sábado, 6 de agosto de 2011

E no princípio criou Deus

A solidão
carrega                           O Sol
e a rima de
                                       Adão:

O primeiro homem,
que não a aguentou
e por                                Eva
a Deus clamou.

À                                     noite
teve nova companhia
mas durante o resto do tempo
se apegava ao astro que ardia.

Compreendeu que
sua maior                       felicidade
sempre existira


                         durante o   dia.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Jogo de Guerra

    No meio do tapete, todas as almofadas do sofá esparramadas.Na mesinha de centro, várias embalagens de Mc Donalds do dia anterior, (hum, cheddar!).Lá estavam acomodados, sob a mais profana preguiça e algumas batatas muchas sobre o sofá, Pedro, seu irmão José e seu filho, Pedrinho.A luz fluorescente piscava-piscava-acendia e assim ficava até piscar-piscar-acender mais uma vez.Pensavam em troca-la, mas só de vez em quando, do mesmo jeito que ela piscava.Televisão de tubo, mas tela plana, com um bom sistema de som e, pro orgulho de Pedro, quitada.
Ele não a trocava por nada nesse mundo.Dizia que as mais recentes esticam a cara da gente, como se a gente fosse de borracha e anormal.
Razão.
    Enquanto o menino quase lacrimejava e tinha um orgasmo mental com o documentário sobre espaço e astronautas, subito surgiu uma conferência com o presidente Kennedy.Ou!Esse aí é o pai do Bush ?Não, filho, é o John Kennedy, aquele que morreu.Morreu?Ué, só ele morreu,? o Lincon ainda está vivo?Não, quer dizer, é o que morreu, só que o que morreu com um tiro enquanto fazia uma passeata.Cala a boca José, pára de rir, afinal, você foi quem confundiu o Saddam Hussein com o Stalin na  foto da caixa do jogo de tabuleiro.E ainda quis pagar de intelectual.Pagou com a moeda errada, burro.
Não, não, pra mim, barbudo e inimigo dos EUA, é tudo igual.
Certíssimo, parecia mesmo.
Estava na hora de limpar aquela bagunça.Pensando bem, a barba de José estava abandonada ha alguns meses.A casa, há alguns dias.O jogo, há apenas algumas horas.Os EUA, apesar das fragilidades, nunca fica abandonado.

domingo, 24 de julho de 2011

bzzzz

Melhor não se assustar
com o inesperado
choque

sem ele vida
nenhuma
estaria acesa.

Enquanto conversava com a minha amiga Carla Barros, agora há pouco, esse poema irrompeu a bolsa amniótica.

Um par

Os óculos deveríam ser ímpares.
Para ignorar um pormenor
um olho fechado bastaria.
Ao fechar dois
ignoramos o tudo.

sábado, 23 de julho de 2011

Compraque?

Pra que consumir?
Comprar um par de tênis Nike
Comprar um celular XG
Comprar uma bolsa da Gucci
Comprar uma tevê que esconde a parede inteira
Comprar um carro que esconde o carro do vizinho
Comprar uma maquiagem que esconde imperfeições
Comprar uma cirurgia que esconde o dedo do tempo
Comprar um remédio que esconde o mau humor
Comprar roupa de marca que esconde o fabricante
Comprar Comprar prazer que esconde o vazio
Comprar Comprar um esconderijo na lua
Comprar Comprar Comprar companhia Comprar Comprar Comprar Comprar
Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar idéias Comprar Comprar amizades Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar inspiração Comprar Comprar Comprar ideais ideais Comprar Comprar toques Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar   amigos  Comprar Comprar Comprar Comprar emoções Comprar Comprar  janelas  Comprar  Comprar Comprar  sabedoria Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar instinto Comprar Comprar Comprar Comprar suspiros Comprar революция Comprar  Comprar Comprar pessoas Comprar Comprar sonhos Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar dom Comprar abstração Comprar Comprar  fantasia  Comprar Comprar iluminação Comprar Comprar  Comprar Comprar além Comprar Comprar Comprar palavras  Comprar Comprar vento Comprar Comprar Comprar estrelas Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar Comprar               Comprar Comprar tudo

Pernas Curtas

Pra que a mentira serve?
Para ser honesto,
é usada pra

Destin atario

Escrevi esses versos
para embrulhar em caixa de presente
acompanhar um vaso de margaridas
                          daquelas bem frágeis
e dar na mão do entregador.
Mas não sei
o endereço
o sobrenome                               nem
a inicial do presenteado(a)

A lista telefônica velha e amarelada
que tenho debaixo da escada
não tem utilidade alguma                                 agora.

Se não sei o destino, como posso colocar  foto pra acompanha-lo?

Toda essa semana



Que dia será hoje?

Sei que é sábado
mas essas nuvens parecem de terça,
Vi essas roupas penduradas alí mesmo, ontem, sexta feira
Essa sombra no prédio ao lado parece ser do mês passado.

O vento frio é característico de julho mesmo.

Seria o último domingo
sería a semana toda
se não tivesse esse rosa púrpura no céu
que parece ser de um dia que passei na beira da praia
quando eu era moleque.
Minha íris e mais alguma outra parte do meu corpo
me dizem que essa cor é ímpar.

Mesmo assim, parece a semana inteirinha
parece dia nenhum.

É só uma cor.

Não tem pão velho!

Se você se foi
     que vá
         só.

Que vá procurar longe ou perto
o que seu espírito queria.
Se achar ou se perder, me avise
assim terei certeza
de que aqui não está
de que eu realmente não o tinha ou
de que aqui jazia e você não via.
de que os pássaros comeram as migalhas do caminho.
                                                                                                    Se um dia decidir bater forte
vai ouvir
                                       “Não tem pão velho não!”.

terça-feira, 19 de julho de 2011

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Caco de gente


                                                      Caco de gente



Ei, você aí,
Cancioneiro da Arteria Cardíaca Obstruída.
Não sabe cantar alegria?
Não vê que lá fora há carros, gente, vozes, livrarias, grafiti, celulares, revolução sorrateira?
Não tem relógio e calendário ao lado da escrivaninha?
Não tem indiferença,
análises ou
conclusões sobre os arredores?
Não tem amigos,
um baralho,
ou um copo e duas doses para brindar a humanidade, a profana voraz?

Tem apenas flores
rosas,
rosas,
rosas,
rosas e mais
rosas,
no seu jardim.
Não te fazem falta as bromélias,
os crisântemos,
os cravos e cactos?
Não tem simples margaridas, tão fáceis de criar??
Falta adubo e minhocas?

Ah, entendi,
almeja obter um ramalhete de amor-perfeito.
Ah, semeou há anos.
Ah, sim, então terá a paz que tanto quer.



Esqueça essa flor.
Bom mesmo é admirar flores de capim
e ter rimas semeadas pelos passarinhos, não pelas nossas mãos.
Deixe ficar baldio mesmo,

e verá quanta diversidade brotará e se proliferará no seu canteiro
                                                                sem a menor pretensão.




*Artéria: Vaso sanguíneo que carrega sangue oxigenado.Sua obstrução no coração pode levar a fortes dores no peito.

Esses  versos são um presente pra todos aqueles que só, só, só, só, só e só escrevem a respeito do amor.
A vida e o mundo é muito mais vasto do que um sentimento só. 
Pra lembrar: apesar da montagem ter colocado um coração no centro do lado esquerdo do peito, essa mancha branca no meio da caixa toráxica  é o tal coração de verdade.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Horizontal e vertical- original


Algo diferente está por surgir, e não preciso ter nome de profeta pra dizer isso.Meu nome bíblico já basta. Me chamo Lucas, muito prazer

Horizontal e vertical.

A folha em branco não diz nada.
     Olha pra janela aberta
                       ela te dá um jardim, uma rua, automóveis, gente com pressa.
                                                                    Automaticamente, com ou sem o zepellin da goodyear voando no céu, você tem o horizonte.
               Tente escrever agora.
                                      Hora de ouvir o leve sussurro, ou a notícia da destruição do universo!

                   

Não, esse post duplicado faz todo o sentido.Assim dá pra demonstrar como o html do blog desorganizxa os versos e retira parte da essencia do poema.

domingo, 3 de julho de 2011

Com a minha ou sua perna.



Se caminha na cidade
Se caminha no campo
Se caminha na estrada
Se caminha no meio da rua
Se caminha para trás
Se caminha adiante
Se caminha no claro
Se caminha aonde não há luz
Se caminha com olhos abertos
Se caminha sem olhar
Se caminha triste
Se caminha com um sorriso
Se caminha com lagrimas
Se caminha feliz
Se caminha acordado
Se caminha sonhando
Se caminha sob chuva
Se caminha debaixo do sol seco
Se caminha de braços abertos
Se caminha só
Se caminha bem agasalhado
Se caminha como viemos ao mundo
Se caminha com sapatos apertados
Se caminha sentindo a poeira do chão
Se caminha pelo desconhecido
Se caminha pelo atalho que leva à nossa casa
Se caminha sobre rochas
Se caminha sobre pontes
Se caminha rumo ao horizonte
Se caminha, apenas
Se caminha.

sábado, 2 de julho de 2011

Temporaliza

Era uma menina
que sobre o sol delgado
regurgitava nuvens em forma de coração.

Todos os dias sua mãe perguntava:
Quando vai chover?

E ela
sem parar de fazer suas bolinhas de emoção,
sussurrava:
"Quando sua alma estiver nebulosamente carregada".

Seus castelos de areia continuam em pé até os dias futuros.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Exposição Passada


    O passado pode machucar, entristecer, mas é incapaz de tomar nosso cotidiano, afinal ele é passado e não presente.
    As recordações são como exposições itinerantes dos mais variados temas. São esses polos de textos e imagens que aparecem entre biombos e cercados, nas ruas, nos shoppings ou nas estações de metro, assaltando nosso caminho. Sempre passamos apressados por esses locais quando vazios. Quando há exposição, as vezes reparamos, ora desviamos, ora simplesmente a ignoramos e corremos rumo ao nosso compromisso diário. Na quase totalidade das vezes, não paramos pra observar e tirar nossas conclusões. Quando isso acontece, porém, corremos o risco duplo de perder nosso tempo com assuntos alhures a nossa vida atual, ou então trazer algo válido pro nosso ser. Puro risco.
    Se somos daquelas pessoas que ignoram as imagens, quadros, textos e esculturas que esses eventos gratuitos e extremamente acessíveis do nosso intimo oferecem, devemos estar sempre atentos para a nossa curiosidade. Ou ignoremos completamente ou lancemo-nos às nossas vontades “que mataram o gato” como dizia o velho ditado Afinal, se um dia tivermos curiosidade e acordarmos impreterivelmente dispostos a olhar o que nos foi oferecido, podemos dar de cara com nosso caminho vazio, trivial como no outros dias.
Nem tudo pode retornar fisicamente e abalar nosso rumo.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Adoro escrever quando estou com sono. Essa é minha mais recente descoberta.

A donzela e o luto infindável

É na calada da noite
que se tropeça
e cai num buraco.

Se é fundo ou raso não se sabe, mas
existe a certeza de que: seja longo ou curto,
sempre saímos de corpo úmido e peito dilacerado.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

[Sem Título]


Sentimentalismo, quando sairá do meu pé?
Se daqui não sai, verde você ainda é.
Me largue, ou lagartas te acariciarão!

sábado, 11 de junho de 2011

Porteira

Por aqui soa o berrante, passa boi, passa boiada
e sobre o solo vermelho,
se estampa cada pegada.



Versos perdidos atrás de uma folha teórica de biologia celular.
Isto mostra que, por mais incrível que pareça, esses papéis têm utilidade. 

domingo, 5 de junho de 2011

Três por um

Álcool, paixão e jogatina:
A verdadeira tríade apocalíptica que ja levou
e continuará levando o homem ao juízo final.


Finalmente retornando ao blog com uma contribuição plausível =D

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Roda Viva



























Agradecimentos ao Guilherme, "Austin",  por ter sugerido este tema.
Viva o trote!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Desumanização gritante


Nós que temos casa, comida, cama e edredom não temos noção do que é viver nas ruas  : sem tetos ou paredes; duras; famintas; ora absolutamente frias ou torturantemente quentes.
Nosso mundo é o mais belo quando estamos sob proteção.
Essa é a cena que vejo freqüentemente, longínqua mas nítida, da janela da minha área de serviço.Estou, porém, sob meu teto, meu teto, um teto, teto.

Ah, se ela soubesse que quando ela passa...

    Mesmo no meio do burburinho  motor-passageiros-rua, pude ouvir pela janela do ônibus no qual estava, que um bando de "marmanjões" parados no ponto, com seus vinte e poucos anos, levantaram uma massa sonora.Poderia ser um elogio, mas poderia ser uma  grande chacota também, como o último palavrão pronunciado demonstrou.Começara com: "hey gatinha", "gostosa", "ê lá em casa"... até um dos imbecis se irritar - pelo fato de que a elogiada os ignorava - e pronunciar a palavra que denigre toda e qualquer qualidade moral de um ser humano: "Vagabunda!"
    Tudo se explicou quando olhei para a entrada do ônibus.Lá estava uma moça, bem arrumada, com uniforme de serviço e um punhado de maquiagem no rosto.Ela era bonita, sim, mas não vem ao caso.O fato é que se ela se produziu toda, creio que não o fez para ser motivo de desrespeito nas ruas,  tal como fora exposta e não pudera conter tanta vergonha.Um dos senhores que se sentava próximo argumentou - com ar de indignação - para o idoso ao lado:
 - Eita! Isso é falta de mulher no mundo!
   O ouvinte, com rosto grave, murmurou em resposta " Se o bom senso andasse sobre pernas pelas ruas, ele seria mais requisitado do que a mulher mais atraente, pois ele é quem está em falta.Acéfalos!"

"O elogio de um tolo prejudica mais do que a sua crítica" - Jean-Pierre Florian


*Título extraido da música Garota de Ipanema, de Tom Jobim.
Procurei uma imagem que pudesse ilustrar esse caso e não obtive sucesso.Mas é algo tão trivial que você, com  absoluta certeza, já presenciou algo do gênero nas ruas, de onde quer que seja.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Doisemum

Costure as palavras no lado de fora das mãos
e as esqueça.Um dia o sangue escorrerá.
Passe na folha e registre somente os versos sãos.

No mundo :

Há pessoas boas,
há pessoas más.
Dizia minha vó.

Hi Caio! (título arbitrário)

se eu ando despido
quero que chuva e vento afaguem
meu peito aquecido.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Ars Oblivionis : ou "Quando Fiódor descobriu que até a arte está sujeita ao ostracismo."

   - Manhê, gosto muito de um quadro do Monet, o "Impressões do pôr do sol"(livre tradução).Você poderia pintá-lo pra mim?
    Ela aceitou, mas o faria após terminar a tela que estava trabalhando, um óleo sobre tela que decoraria a parede da sala.
    Tudo fluia favoravelmente: a tela branca foi comprada, a imagem ja havia sido imprimida e antes que o verão acabasse nosso jovem teria seu tão desejado quadro reproduzido pelas mãos de sua amada mãe.
    Após uma manhã turbulenta,  pois sua família foi roubada, com nervos a flor da pele a mãe gritou para o filho,  recém chegado da rua, sujo e com a face dotada de um sorriso doentio e inconseqüente : "O que é isso em suas mãos?"
    A tela comprada ficaria vaga para o próximo trabalho, a imagem imprimida iria para o lixo.Sobraria mais tinta na maleta de sua mãe, que teria seu tempo poupado.
    A obra, habitante dos sonhos do rapaz, estava na frente de seu corpo, já concluído, assinado, sem moldura, aguardando o gosto do mecenas.Todos ficaram boquiabertos, pois souberam que fora encontrado numa lixeira, solitário e triste no meio de tanta matéria renegada e em decomposição.Quem o deixou com metade de seu todo exposta, como uma cabeça que grita pra fora da areia, talvez tivera remorso e assim o posicionara para que algum andante pegasse - tática de sucesso.Talvez tivesse consciência que a arte tem o dom da eternidade, não o da reclusão.


"Em arte, procurar não significa nada. O que importa é encontrar." - Pablo Picasso


*Ars Oblivionis: {latim} Arte do esquecimento.


Sou a testemunha viva de tudo isso.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O Dom do sono

É incrivel como quando estou com sono tenho tanta vontade de escrever.Talvez nesse estado de vigília, eu esteja livre de meus demônios e obrigações cotidianas; ou : o fantástico universo onírico já  abre suas portas.
Oscilo entre realidade e fábula e nesse cinza sutil, as idéias seguem o traço do grafite e se libertam da cabeça-prisão.



Ai se minhas pálpebras soubessem empunhar uma caneta!

"Nós somos do tecido de que são feitos os sonhos" - William Sheakpeare

Esse texto foi escrito ontem, junto com o post antecedente, mas mereceu ficar isolado num único post.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Laurie Lipton - dá-lhe grafite!

Uma vez aqui, preciso colocar algo interessante, já que estou farto dos meus versos por hoje.


Foi feito por uma desenhista nova iorquina chamada Laurie Lipton.
Com uma temática um tanto peculiar, obscura e morbida, produz trabalhos interessantes.
Confiram o link com mais algumas fotos no Bistrô Cultural 

Sombrio, intrigante : belo.

O arrebol é a vergonha do sol.

Por mais altivo
que seja o sol, a lua
o faz fugitivo.

as f alto sem sal to

Se ando descalço
não quero que barreira alguma
me afaste do solo

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Saudade que invade, mero alarde da mente covarde.

    Se saudade é aquilo que se manifesta em nós quando sentimos falta de algo que já se passou, a ansiedade e o desejo do futuro prospero podem ser chamados de saudade também .Estes, porém, seriam a versão dessa sensação manifestando-se no plano mais ilógico dos três tempos da nossa vida : o futuro.Digo isso porque o ontem já se justificou, já mostrou sua estrutura.O hoje ainda escreve sua linhas.O amanhã é apenas um esboço em nossas mentes.


    Saudade do futuro...como uma idéia tão sem razão à mente presa aos velhos conceitos imutáveis pode ser, assim, tão concreta?


E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nesta saudade
Que eu sinto de tudo
Que eu ainda não vi.
Renato Russo

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Gulliver e o buraco no colchão.

    Três da manhã de um dia mediano, sem muitos esforços, nem passeios, mas de grande hedonismo e ócio por ficar em casa.Pálpebras e corpo pesados me conduziram à minha cama.Demorei pra pegar no sono, pois moro próximo à uma movimentada avenida que me traz barulhos infinitos, alguns daqui mesmo, outros que viajaram quilômetros e quilômetros, talvez para fazer entregas urgentes, trabalho oficiais ou não oficias, ou apenas pra atrasar meu sono.Sempre deixo uma fresta aberta na janela, pra me alertar que o dia já nasceu  e não há mais tempo para preguiça - aviso já inútil nessas férias, mas não custa nada manter nossos hábitos -.Cumpri, enfim, a rotina preparatória para um sono talvez mais trivial do que muitos outros.Mas aquele não foi um sono comum.
    Primeiro tive a sensação de que meu quarto expandiu mais de dez vezes.Aquela visão que temos da última cena que reparamos quando estamos acordados, que ainda ecoa em nossa cabeça quando acabamos de fechar os olhos, se mostrou atrás de minhas pálpebras fechadas muito maior do que o comum.Armário, paredes, móveis no geral, muito mais distantes.Meu pé, a distancia entre meu joelhos e tronco também levavam as devidas proporções.Jurava ter uns 20 metros de altura, um gigante magro graças ao esticamento repentino, mas um verticalíssimo Titã : gigante e colossal.
   Foi uma sensação exótica, no início de se estranhar e julgar um pesadelo; mas sem monstros, assassinatos, mortes e morbidez não foi possível acordar assustado da cama.Era, no entanto, uma passagem incrível e agradável.Junto com todos esses adjetivos, a fugacidade pôde ser adicionada, porque alguns segundos se passaram para me trazer outra sensação, bem diversa.
   Todo colchão deforma com o tempo.Para evitar esse tipo de cova que aparece no local que mais ficamos posicionados, os fabricantes recomendam que viremos os lados com freqüência, para assim, dar oportunidade para a espuma deformada retomar sua forma natural descansada na parte de baixo, junto com o estrado.De súbito, a o buraco debaixo de mim começou a crescer e me afundar mais e mais.Fato estranho, pois havia virado meu companheiro de sono havia menos de três dias,  e estava usando um lado nunca antes usado.Perdi o chão, ou melhor, meu apoio do colchão.Nem o estrado, nem o piso conseguiram me deter em seguida e comecei a sentir na pele, sem força Normal ou oposta  ao meu movimento, a  mesma lei que lançou a maçã sobre a cabeça de Newton.Cogito que, se um dia pular de para-quedas, sinta algo bem próximo antes de puxar a cordinha.
    Pude me ver, com a mesma roupa que eu dormia, mas que não deve ser detalhada aqui, caindo em queda livre, sem qualquer cenário ao fundo.Era tudo escuro, sem indícios de onde vim, nem para onde eu iria.Com pânico apenas no início e tranqüilidade durante toda a agradável sensação de irromper a estratosfera sem qualquer impedimento, assim passei os últimos minutos da parte interessante do meu sono.
    Tão inesperadamente apareceram, também essas sensações se findaram, e logo voltei  monotonia ilógica dos meus sonhos que nunca me revelaram nada, apenas me mostraram colagens muito mal projetadas de elementos do meu dia-a-dia.Minha namorada gostaria de estar mais nesses produtos oníricos, mas sempre a alerto que para isso, ela deveria apreciar muito mais a desordem e odiar a razão.
    Há tempos em que quero  repetir essas sensações, mas elas me visitam quando querem, por um ou dois segundos, como uma interferência ocorrida comigo, sobre um efeito que atingirá outra pessoa, da minha casa, do meu prédio, da minha rua, do meu bairro, da minha cidade, estado, país...enfim, um felizardo qualquer, alheio a mim.
    Não, caro psicanalista, não quero sua análise fatídica, nem sua opinião acadêmica, sou muito grato, mas as recuso.Tudo o que quero é apenas sentir tudo mais uma vez, pois pude ter a chance de me libertar de tudo, desde minha mobília, meus desejos, sensações, à minhas preocupações mais profundas.
    Quem já se sentiu assim sabe o quanto isso é entorpecedor.

"Tudo aquilo que eu esquecia ou negava, soube vagamente em plena queda, era o que eu mais era." - Caio Fernando Abreu

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

"Enciumento" ( Título arbitrário )

    Mais uma vez obrigado a postar imagens ao invés de escrever o poema.
    Gostaria de colocá-lo aqui, em palavras, mas só uma imagem pode passar o esboço exato.



     Pensado bem nada pode ser tão ruim assim, pois no mundo moderno, o cimento é essencial para qualquer construção.Além do mais, ele pode até pesar, mas endurece  tudo aquilo que cobre.


domingo, 23 de janeiro de 2011

Aquele velho sorriso


     Era de manhã.Estava dentro do elevador, com uma roupa improvisada e simples para ir à padaria.Pouco antes de chegar no térreo, no primeiro andar, entrou  uma senhora, que aparentava ter seus setenta e poucos anos.As rugas da face sugeriam esse número, mas não eram rugas comuns.
    Naquelas curvinhas de pele, se sobressaía um sorriso colossal, de dar orgulho em qualquer fotógrafo, ou dentista.Ela tinha um aspecto radiante, extremamente contagiante, ao ponto de que até eu pude me animar incontinenti.Aqueles músculos, as bochechas, os lábios, pareciam estar rígidos de uma longa vida de alegre expressão.Pensei comigo: "Como uma pessoa que já viveu tanto, já sofreu, já se animou, conheceu a maldade do mundo, a lascívia humana, o pecado, enfim, tudo o que é detestável entre nós, pôde sorrir tão grandemente?" Talvez ela acordou num bom dia, ou, como se diz na boca popular : "acordou de pé direito".Ela talvez estivesse animada para fazer sua feira dominical, que acontece à duas quadras daqui.Ou talvez, até mesmo pra comer o pastel  de feira especial do japonês.
    Várias hipóteses se confrontavam porque a  minha inaceitação era grande.O fim(?) da vida deve ser exatamente assim, solar: radiante e caloroso; mas sempre vejo aqui nessas ruas velhos ranzinzas, solitários, visivelmente infelizes e amargurados.Aquela senhora era um peixote albino no cardume.
    Setenta e poucos anos nocauteavam meus dezenove, não só nos algarismos, mas na vontade de vida, no ânimo dessa manhã de domingo.Era esse o motivo maior de minha inquietação.Eu talvez julgasse ser feliz, mas depois daquele sorriso, puder ter mais esperança na felicidade, acreditar na vida de uma maneira nova, mais ampla .Não temos motivo para tristeza crônica. Por mais que a vida nos dê e sempre nos dará mágoas e desilusões, podemos, sim, acordar felizes num domingo qualquer.-seria porque Deus já teria se saciado de seu descanso sabatino e agora tinha forças para construir o mundo todo mais uma vez? - explicações religiosas à parte.
    Pude concluir essa corrente de pensamento quando reencontrei nossa personificação da aurora dos dias abrindo o portão  do condomínio.Gritei para que o deixasse aberto...aquele sorriso estava lá, ainda maior.Pude ter a certeza de que: se era uma expressão de simpatia unicamente usada para quebrar o silêncio e a antipatia da qual muitos daqui se armam durante o uso do elevador, ele logo se apagaria.Mas não, ele estava lá, como óleo sobre tela já seco, duro e amável.Se ela  viveu, viu e sentiu na pele a podridão do mundo não sei.Se ela realmente gostava da gritaria da feira ou se lhe agradava o recheio numeroso e indecifrável do pastel especial, também não sei,  porém ela parecia enxergar apenas o que queria enxergar :  aquilo que existe, mesmo que em pequena proporção,
mas existe,
e tem um grande poder sobre nossas vidas.


"Há quem passe pelo bosque e só veja lenha para a fogueira." Leon Tolstói.

 

Direitos Autorais da foto : Beaudenon Florian

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Gandhi : um futuro divino ?


  
Se você não asssitiu o filme "Gandhi (1982)", assista .É uma produção inspiradora, com uma história comovente, vencedora de 8 Oscars e 5 Globos de Ouro.
    A vida do libertador da Índia nos mostra como existem pessoas boas e humanitárias, não necessariamente inocentes, mas firmes, articulistas em prol do que é correto para o povo. Ele, aristocrata nato, formado em direito na Inglaterra, era conhecedor dar leis e assim sabia os limites e meios de uma revolução segundo a legislação colonial inglesa-hindu .O princípio da não violência, sua principal cerne, foi capaz de controlar a fúria humana ligada às revoluções. Quando o líder se ausentava, entretanto, eram formadas frontes rebeldes de violência selvagem. Aí temos uma demonstração de quão animal é a alma , especialmente quando há homens em bando logo se entregam à : vandalismo, atrocidades, fúria irrascível....que é capaz de nos lembrar ataques modernos, como linchamentos públicos ou cenas clássicas de arrastões de torcidas organizadas. A selvageria é nítida quando há matilha.
   A capacidade de coerção das  idéias do"Mahatmã", especialmente numa cena do filme, em que ele está cercado de seguidores, numa paisagem montanhosa, era tamanha.Não foi difícil associar o evento à uma famosa passagem bíblica de do livro de Matheus - o sermão da montanha.Meu irmão estava ao meu lado quando víamos essa cena e pensou comigo, indagando se era possivel lembrar de Jesus. Claro, aquela era uma cena  muito peculiar.Sua pergunta, porém, não se referia apenas ao sermão, mas simplesmente ao fato da liderança, da boa índole humana do indiano. Respondi que ele poderia ser muito bem considerado um guru tão grande quanto o Cristo, bastava apenas alguns discípulos para relatar seus atos.Reforcei minha resposta:
    - Quem sabe daqui à uns dois mil anos ele será idolatrado e poderá ter uma igreja com seu nome!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

E lá vem água do céu....do céu

    Depois de ser bombardeado com todas essas notícias televisivas tristes e desoladoras da destruição das chuvas, é impossível não se indignar.Não digo apenas com os motivos que levam pobres às ocupações irregulares, nem as enchentes, os saques, a falta de planejamentoo estratégico e fiscalização pública, mas sim com a devastação em sua essência.
    A humanidade e as tempestades sempre caminharam juntos e cenas como essas devem ser mais frequentes do que imaginamos. Imagine você, há quatro milênios atrás, numa era totalmente isenta de qualquer tecnologia científica capaz de explicar a fúria da natureza. Basta olhar para o céu num dia negro e medonho, vendo morros derem levados pela enchurrada, famílias inteiras para indagar que há uma força sobre humana que castiga a humanidade.Por quais motivos? São infinitas as respostas: somos pecadores natos, logo se procurarmos, sempre encontraríamos razões para o castigo.
    Mas por que surgem esses pensamentos? Como seres humanos, temos no nosso DNA a curiosidade, a necessidade de respostas, e mesmo com nosso conhecimento ínfimo, formulamos as respostas .Temos, também, a necessidade de um consolo nas horas difíceis, alguém em que confiar ou aguardar proventos. Juntando esses dois fatores, descobrimos que há, lá nas alturas, alguém como nós, que pode enfurecer-se e usar sua justiça sobre a população, mas ao mesmo tempo trazer prosperidades inesperadas às colheitas, conceber um filho à uma mulher, atender a preces ou reger o amor fraternal.
   Olhe para tudo ao redor, tudo o que acontece, tudo o que existe e tire suas próprias conclusões. Dê um nome criativo à isso.
   Pronto, agora basta apenas acreditar.

   " Se Deus não existisse, seria preciso inventá-lo"  - Voltaire 

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Maçã

Já que o editor de texto em html não deixa organizarmos o texto como queremos, so dá pra colocar esse poema do jeito certo em forma de imagem. Aí vai:


Crouch!! Crouch! Crouch...

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Cinema - "Estômago" : Apetitoso e digerível.


O que vem na mente de muitos quando pensam em Cinema nacional?
Sexo?Malandragen?Assassinato?Presídios? Imundice?Sexo?

Como um bom filme nacional "Estômago (2007)" não deixou nenhum desses temas de lado, mas teve um preparo magistral, com ingredientes que fizeram dessa produção algo digno de grandes elogios.

- Caros leitores, queria muito entender mais de critica de cinema, ter alguns adjetivos mais exatos e fatais, visões diferentes, referências e etc, mas mesmo assim continuo com minha impresssão acerca desse filme -
Seu tempêro cômico garantiu uma sensação muito agradável ao assistir. Temos uma expressão sutil da a lei da sociedade : Comer ou ser comido.Nessa trama, o protagonista, migrante, sem escolha ou oportunidade na cidade grande, traça uma trajetória com humildade e reconhecimento pelo seu dom culinário.
Estes comem; aqueles acham que o comem; mas ele é quem coordena todo o banquete, separando o melhor pedaço para si.
  

O que mais chamou a atenção desse filme foram seus premios:

-Lions Award 2008
-Espiga de ouro da "Semana Internacional de Cine" realizada na Espanha.Esse prêmio já foi obtido por grandes nomes do cinema como : Elia Kazan, Ingmar Bergman, François Truffaut, Luchino Visconti, Alain Resnais, Zhang Yimou, Ridley Scott, Abbas Kiarostami, Ken Loach, Kim Ki-Duk e Bernardo Bertolucci.
- Total de quatorze prêmios nacionais
-Permaneceu na listagem oficial do festival de Berlim

-Primeiro lugar nas bilheterias de filmes nacionais, durante sua exibição.

Falando tanto assim do filme, até dá pra criar um certo apetite, mas a única maneira de obter uma opinião é saboreando.Eis sua chance :
Trailer
-Site de  vídeos onde é possível encontrar : Cinema Cultura / Estômago

Site Oficial.

Deliciem-se.
dfgfJá
-rgman, François Truffaut, Luchino Visconti, Alain Resnais, Zhang Yimo 

Ao Vento


Vejo as roupas
Presas ao varal.

São das mais diversas cores.
Algumas são presentes,
outras, escolha minha, ou
necessidade contra o frio.
Aguardam apáticas pelo sol
para secarem
e aproveitarem
a liberdade
de um dia,
de um noite,
de algumas horas,
ou então terem o infortúnio
de se agraciarem
com o molho
da macarronada
de domingo

Parecem pessoas,
Prontas para serem
usadas,
suadas,
rasgadas,
limparem o chão
e serem
descartadas.

Ainda bem que são apenas roupas.

O obvio : Meu primeiro Post.

 Já que este é meu primeiro post, quero logo dizer que não sou nenhum dependente de opiácios ou opióides.Muito pelo contrario: sou talvez mais careta do que muitos por aí.Fato que não impede minhas viagens.

Um apanhado geral sobre o título e o blog:

            É olhando para as nuvens que muitas vezes encontramos nossa paz interior.Essa visão nos garante muitas viagens ao nosso consciente, a ponto de atingirmos o que os hindus chamariam de "Nirvana"
Deixando o esoterismo e o misticismo de lado e partindo mais para o exoterismo, a palavra exteriorizada, pude criar esse blog, no qual colocarei alguns de meus recentes poemas, trechos de livros interessantes, resenhas e comentários acerca de determinados assuntos que, por mais que eu já queira adiantá-los,  não os sei e ainda estão por vir.

As nuvens estão lá nas alturas, e por mais que sejam bonitas quando o céu está azul, são elas as manchas cinzas que mandam água do céu, enchem cidades , especialmente aqui onde moro.

Toda frase exteriorizada dá uma sensação difícil de expressar.É algo tão viciante quanto a droga inserida na China pelos imperialistas, o ópio.
O íridio é um metal e nada mais, ou tudo a mais.



Espero que algum, pelo menos algum post seja interessante pra você, caro leitor.
Gostaria de chamá-lo de amigo, mas como ainda nada sei a seu respeito, nem ao menos qual é sua opinião sobre tudo o que escrevo, prefiro usar o primeiro substantivo.

Estou aqui, sem fugir ou me esconder de opiniões: boas, ruins ou neutras.

Gostou?Odiou?Ronaldo?
Deixe seu comentário :D

Minhas  ansiosas saudações,
                                                                                                                                                   Lucas Bigai