Minhas neblinas e tempestades em tufão/ Aqui/ cai granizo/ cai sereno/ molha a (se) mente/ nasce a brisa/ ora faz sol/ ora chuva torrente/ impalpável nuv-em-oção.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ah, se ela soubesse que quando ela passa...

    Mesmo no meio do burburinho  motor-passageiros-rua, pude ouvir pela janela do ônibus no qual estava, que um bando de "marmanjões" parados no ponto, com seus vinte e poucos anos, levantaram uma massa sonora.Poderia ser um elogio, mas poderia ser uma  grande chacota também, como o último palavrão pronunciado demonstrou.Começara com: "hey gatinha", "gostosa", "ê lá em casa"... até um dos imbecis se irritar - pelo fato de que a elogiada os ignorava - e pronunciar a palavra que denigre toda e qualquer qualidade moral de um ser humano: "Vagabunda!"
    Tudo se explicou quando olhei para a entrada do ônibus.Lá estava uma moça, bem arrumada, com uniforme de serviço e um punhado de maquiagem no rosto.Ela era bonita, sim, mas não vem ao caso.O fato é que se ela se produziu toda, creio que não o fez para ser motivo de desrespeito nas ruas,  tal como fora exposta e não pudera conter tanta vergonha.Um dos senhores que se sentava próximo argumentou - com ar de indignação - para o idoso ao lado:
 - Eita! Isso é falta de mulher no mundo!
   O ouvinte, com rosto grave, murmurou em resposta " Se o bom senso andasse sobre pernas pelas ruas, ele seria mais requisitado do que a mulher mais atraente, pois ele é quem está em falta.Acéfalos!"

"O elogio de um tolo prejudica mais do que a sua crítica" - Jean-Pierre Florian


*Título extraido da música Garota de Ipanema, de Tom Jobim.
Procurei uma imagem que pudesse ilustrar esse caso e não obtive sucesso.Mas é algo tão trivial que você, com  absoluta certeza, já presenciou algo do gênero nas ruas, de onde quer que seja.

Nenhum comentário:

Postar um comentário